quinta-feira, 10 de maio de 2007

Tecido Conjuntivo Propriamente Dito

Apresenta diversos tipos de células, separadas por abundante material extracelular sintetizado por elas. A riqueza em material extracelular é uma de suas características mais evidentes. Esse material é representado por uma parte com estrutura microscópica definida, as fibras do conjuntivo, e pela matriz extracelular, um gel viscoso de macromoléculas alongadas muito hidratadas, que formam um arcabouço entrelaçado e ligado as fibras e a receptores celulares denominados integrinas.
As fibras do conjuntivo são de três tipos principais: colágenas, reticulares e elásticas. O tecido conjuntivo origina-se do mesenquima, que deriva principalmente do folheto embrionário médio ou mesoderma.






As fibras do conjuntivo são constituídas por proteínas que se polimerizam formando estruturas alongadas.
Como as fibras colágenas e as reticulares são constituídas por proteínas da família dos colágenos existem na realidade dois sistemas de fibras, o sistema colágeno e o sistema elástico.
O colágeno constitui uma família de proteínas que se diferenciam durante a evolução para exercer funções diversificadas.
O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano, representando 30% do total das proteínas do organismo. De acordo com sua estrutura e função, o colágeno pode ser distribuído em grupos:
Colágenos que formam fibrilas;
Colágenos associados a fibrilas;
Colágeno que forma rede;
Colágeno de ancoragem.
As fibrilas colágenas são estruturas delgadas e alongadas.
Fibras colágenas (tipo I)
São as mais freqüentes. No estado fresco são brancas. Em muitos tecidos, as fibras colágenas do tipo I aparecem agrupadas em arranjo paralelo, formando feixes.
Observadas ao microscópio óptico as fibras colágena são acidófilas, corando-se de róseo, e mostram uma estriação longitudinal devido ao fato de serem constituídas por fibrilas.


As fibras reticulares são constituídas principalmente de colágeno do tipo III.
São muito delicadas e formam uma rede extensa em certos órgãos, geralmente apoiando as células. Em virtude de sua afinidade pelos sais de prata, são chamadas também de fibras argirófilas. Essas fibras constituem o arcabouço de sustentação das células do órgãos hemocitopoéticos.


O sistema elástico: fibras elásticas, elauninicas e oxitalânicas
Nos preparados obtidos por distensão de tecido conjuntivo, as fibras elásticas distinguem-se facilmente das colágenas por serem mais delgadas e não apresentarem estriação longitudinal. Ramificam-se e ligam-se umas às outras formando uma trama de malhas muito irregulares. Essas fibras sedem facilmente mesmo as trações mínimas. O principal componente das fibras elásticas é a glicoproteína estrutural elastina.
Além das fibras elásticas típicas descrevem-se ainda no sistema elático, as fibras elauninicas e oxitalânicas, encontradas com menor freqüência. As principais células produtoras de elastina são os fibroblastos e as células musculares lisas dos vasos sangüíneos.


Células do tecido conjuntivo:
São as seguintes: fibroblasto, macrófago, mastócito, plasmócito, célula adiposa e leucócitos.


O fibroblasto sintetiza colágeno, elastina, proteoglicanas e glicoproteinas estruturais.
Geralmente, a célula mais ativa é designada fibroblasto e a quiescente encontrada é conhecida como fibrócito. O fibroblasto tem prolongamentos citoplasmáticos irregulares. Seu núcleo é claro, grande de forma ovóide. O citoplasma é rico em retículo endoplasmático rugoso e o aparelho de Golgi é desenvolvido. O fibrócido é uma célula menor, fusiforme e com menor número de prolongamentos do que o fibroblasto. Tem núcleo menor, alongado e mais escuro. Deficiência em retículo endoplasmático rugoso e em aparelho de Golgi. No tecido conjuntivo do adulto, os fibroblastos não se dividem com freqüência.




Macrófagos e sistema fagocitário mononuclear.
É uma célula muito ativa na movimentação amebóide, com grande capacidade de fagocitose, núcleo ovóide ou em forma de rim com cromatina condensada. A superfície dos macrófagos é muito irregular. Seu citoplasma contém muitos lisossomos. Os macrófagos atuam como elementos de defesa. Além disso, atuam como células apresentadoras de antígenos. Tem papel importante na remoção de resto de células e de elementos extracelulares que se formam nos processos involuntivos fisiológicos. São originados dos monócitos. Por sua vez, o monócito se origina da medula óssea. Ao conjunto das células da medula óssea, que são percussoras dos monócitos, mais os proprios monócitos e os macrófagos denomina-se sistema fagocitário mononuclear.





O mastócito participa da inflamação e tem um papel central na alergia.
É uma célula globosa, grande e com citoplasma carregado de grânulos basófilos. Eles secretam também alguns leocotrienos. São sintetizados a partir dos fosfolipídeos da membrana plasmática e imediatamente liberados para o meio extracelular. Produzem lentas contrações no músculo liso. As moléculas produzidas por ele atuam localmente, caracterizando uma secreção parácrina. Sua superfície contem receptores específicos para a imonoglobulina.


















O plasmócito se origina do linfócito B ativado e produz anticorpos.
São pouco numerosos no conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos a penetração de bactérias e proteínas estranhas. Eles são células ovóides com citoplasma muito basofilo, graças a sua riqueza REG.


Célula adiposa:
É uma célula especializada no armazenamento de energia, sob a forma de triaglicerídeos.



O conjuntivo normal contém leocócitos vindos do sangue por diapedese.
São constituintes normais do tecido conjuntivo, vindos do sangue, por migração através da parede dos capilares e vênulas. Os leocócitos mais freqüentes no tecido conjuntivo são os neutrófilos, eosinófilos e os linfócitos.


A matriz extracelular é muito hidratada e constituída principalmente de proteoglicanas e glicoproteinas adesivas.
A matriz extracelular, ou substância fundamental do tecido conjuntivo é um gel incolor muito hidratada e transparente que preenche o espaço entre as células e as fibras do conjuntivo.
Essa matriz é formada principalmente por proteoglicanas e glicoproteinas adesivas. As proteoglicanas são compostos macromoleculares contituidas por glicosaminoglilcana sulfatadas ligadas por covalência às proteínas. Glicosaminoglicanas são polímeros lineares de peso molecular elevados. Formados por unidades dissacarídeas constituídas por um ácido urônico e uma hexosamina. As proteoglicanas exercem muitas funções, algumas servem de locais de ancoragem para o fator do crescimento fibroblástico e para outras proteínas que estimulam a proliferação celular. Fixando ou excluindo moléculas biologicamente ativas, as proteoglicanas influencias as células próximas. As moléculas das glicoproteinas adesivas contem uma parte protéica que se associa a glicídeos. Porem, ao contrário das proteoglicanas, há uma predominância da parte protéica e elas não apresentam os polissacarídeos lineares constituídos por unidades dissacarídeas contendo hexosamíneas. A fibronectina e a laminina são glicoproteinas adesivas do conjuntivo, biologicamente importantes.

O edema é causado pelo acúmulo de água no meio extracelular (excesso de entrada ou dificuldade de drenagem).


O tecido conjuntivo frouxo sustenta estruturas normalmente sujeitas a pressão e atritos pequenos.
Preenche espaços entre as fibras e feixes musculares, serve de apoio para os epitélios e forma uma camada em torno dos vasos sangüíneos e linfáticas. Apoiando e nutrindo células epiteliais, o tecido frouxo é encontrado na pele, nas mucosas e nas glândulas. Contem todos os elementos estruturais típicos do conjuntivo propriamente dito. Não há predomínio acentuado de qualquer dos componentes. As células mais comuns são os fibroblastos e os macrófagos, mas todos os outros tipos descritos estão presentes. Fibras do sistema colágeno e elástico também estão presentes. Este tecido é de consistência delicada, flexível e pouco resistente as trações.





O tecido conjuntivo denso é adaptado para oferecer resistência e proteção.
Essa variedade é formada pelos mesmos elementos estruturais encontrados no tecido frouxo, havendo predominância acentuada das fibras colágenas. Trata-se de um tecido menos flexível do que o frouxo e muito mais resistente a trações. Quando as fibras colágenas se dispõem em feixes arranjados sem orientação fixa o tecido chama-se denso modelado. Nesse tecido, os feixes colágenos formam uma trama tridimensional, o que confere ao tecido certa resistência as trações exercidas em qualquer direção. O conjuntivo denso não modelado é encontrado, por exemplo, na derme profunda da pele. O tecido conjuntivo denso modelado apresenta os feixes colágenos paralelos uns aos outros. Trata-se de um conjuntivo que formou suas fibras colágenas em resposta a trações exercidas num determinado sentido. As células orientam as fibras de modo a oferecer o máximo de resistência às forças que normalmente atuam sobre o tecido. Os tendões representam um exemplo típico de tecido denso não modelado.






Fonte: Livro: Histologia Básica
Autor:Junqueira e Carneiro
Capítulo: 5
9ª edição


Fotos: Livro: Histologia Básia
Autor: Junqueira e Carneiro; 9ª edição; capítulo 5
Livro: Histologia Veterinária Aplicada
Autor:William J. Banks; 2ª edição; capítulo 7

Um comentário:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.