quinta-feira, 10 de maio de 2007

Tecido Cartilaginoso


É uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfície articulares onde absorvem choques e facilita os deslizamentos, e é essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos.
O tecido cartilaginoso contém células, os condrócitos, e abundante matriz extracelular, que constituem a matriz. As cavidades da matriz ocupadas pelos condrócitos são chamadas lacunas.
A matriz é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com macro moléculas de proteoglicanas e glicoproteínas adesivas. Como colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve, principalmente, as ligações eletrostáticas, entre as glicosaminoglicanas sulfadas e o colágeno e a grande quantidade de moléculas de água presas a essas glicosaminoglicanas (água de solvatação) o que confere turgidez a matriz.
O tecido cartilaginoso não possui vasos sanguineos, sendo nutrido pelas capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das cavidades articuladas.
As cartilagens se diferenciam em três tipos: cartilagem hialina, que é a mais comum e cuja matriz possui delicadas fibrilas constituídas principalmente de colágeno do tipo II;
Cartilagem elástica, que possui poucas fibrilas de colágeno tipo II e abundantes fibras elásticas;
Cartilagem fibrosa, que apresenta matriz constituída preponderantemente por fibras de colágeno tipo I.
As cartilagens (exceto as articulares e as cartilagens fibrosas) são envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio.
























Cartilagem hialina.
É o tipo mais frequentemente encontrada no corpo humana. A fresco, essa cartilagem é branco-azulada e translúcida. Forma o primeiro esqueleto do embrião, que é posteriormente substituído por um esqueleto ósseo.
Entre a diáfise e a epífise dos ossos longos em crescimento observa-se o disco epifisário, de cartilagem hialina, que é responsável pelo crescimento do osso em extensão.
No adulto, a cartilagem hialina é encontrada principalmente na parede das fossas nasais, traquéia e brônquios.
A matriz da cartilagem hialina contém fibrilas colágenas, proteoglicanas e glicoproteínas.
A cartilagem hialina é formada, em 40% do peso seco, por fibrilas de colágeno tipo II associadas a proteoglicanas muito hidratadas e glicoproteinas adesivas. Em adição ao colágeno, a matriz contem glicosaminoglicanas combinadas por covalência com proteínas, formando proteoglicanas.
Cada molécula de proteoglicanas consiste em uma parte central protéica (cerne).
Outro componente importante da matriz da cartilagem hialina é a glicoproteina adesiva condronectina, que participa da associação do arcabouço macromolecular da matriz aos condrócitos.

















Os condrócitos sintetizam e renovam as macromoléculas da matriz cartilaginosa.
Na periferia da cartilagem hialina, os condrócitos apresentam forma alongada, com o eixo maior paralelo a superfície. Mais profundamente, são arredondados e aparecem em grupos de até oito células, chamados grupos isógenos, porque suas células são originadas de um único condroblasto.
Os condrócitos são células secretoras de colágeno, principalmente do tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas, como a condronectina.


Pericôndrio
Todas as cartilagens hialinas, exceto as articulares são envolvidas por uma camada de tecido conjuntivo, denso na sua maior parte, denominado pericôndrio. Alem de ser uma fonte de novos condrócitos para o crescimento ele é responsável pela nutrição da cartilagem, por sua oxigenação e pela eliminação dos refugos metabólicos. O pericôndrio é formado por tecido conjuntivo muito rico em fibras de colágeno tipo I na parte mais superficial, porém, gradativamente mais rico em células a medida que se aproxima da cartilagem. Morfologicamente, as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos, porém, as situadas mais profundamente, isto é, próximo a cartilagem, podem facilmente multiplicar-se por mitose e originar condrócitos, caracterizando-se assim funcionalmente, como condroblastos.

























Os condrócitos obtém energia da glicose principalmente por anaerobiose.
Uma vez que as cartilagens são desprovidas de capilares sanguineos a oxigenação dos condrócitos é deficiente, vivendo essas células sob baixas tensões de oxigênio.
Os nutrientes trazidos pelo sangue atravessam o peridondrio, penetram na matriz da cartilagem e vão até os condrócitos mais profundos.
























No embrião as cartilagens se formam a partir do mesenquima.
As cartilagens crescem por proliferação dos condrócitos centrais, e, principalmente, por adição de novos condrócitos na superfície.
O crescimento da cartilagem deve-se a dois processos. O crescimento intersticial, por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes e o crescimento aposicional que se faz a partir das células do pericôndrio. Nos dois casos, os novos condrócitos formados logo produzem fibrilas colágenas, proteoglicanas e glicoproteínas, de modo que o crescimento real é muito maior do que o produzido pelo aumento do número de células.
A cartilagem é muito sujeita a degeneração.
Quando lesadas, as cartilagens não se regeneram bem.
A cartilagem que sofre lesão regeneram-se com dificuldade, e frequentemente, de modo incompleto. No adulto, a regeneração se dá pela atividade do pericôndrio. Quando a área destruída é extensa, em vez de formar novo tecido cartilaginoso, forma uma cicatriz de tecido conjuntivo denso.


A cartilagem elástica tem muitas fibras de elastina em sua matriz.
É encontrada no pavilhão auditivo, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe. Basicamente, é semelhante a cartilagem hialina, porém inclui, além das fibrilas de colágeno, uma abundante rede de fibras elásticas finas, contínuas com as do pericôndrio. A presença de elastina confere a esse tipo de cartilagem uma cor amarelada, quando examinada a fresco.





























A cartilagem fibrosa é resistente a tensões e caracteriza-se pela presença de feixes de fibras de colágeno tipo I .A cartilagem fibrosa, ou fibrocartilagem, é um tecido com características intermediarias entre o tecido conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem nos ossos e na sínfise pubiana. Muito frequentemente, os condrócitos formam fileiras alongadas. A matris da fibrocartilagem é acidófila. A substancia fundamental amorfa é escassa e limitada a proximidade das lacunas que contém os condrócitos, onde forma cápsulas basófilas.
Na cartilagem fibrosa, as numerosas fibras colágenas (tipo I) constituem feixes que seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos ou um arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em fileiras. Nessa cartilagem não existe pericôndrio.





















Os discos intervertebrais são coxins constituídos principalmente por colágeno tipo I e ácido hialurônico, que absorvem os choques entre os corpos das vértebras.
Localizados entre os corpos das vértebras e unidos a elas por ligamento, cada disco intervertebral é formado por dois componentes, o anel fibroso e uma parte central, derivada da notocorda.Os discos intervertebrais funcionam como coxins lubrificados que previnem o desgaste do osso das vértebras durante os movimentos da coluna espinhal


Fonte: Livro: Histologia Básica
Autor:Junqueira e Carneiro
Capítulo: 7
9ª edição

Fotos: Livro: Histologia Básia
Autor: Junqueira e Carneiro; 9ª edição; capítulo 7
Livro: Histologia Veterinária Aplicada
Autor:William J. Banks; 2ª edição; capítulo 8

3 comentários:

Dyanna Almeida. disse...

ajudou um monte, um bucadão mesmo ! *-*

PattyTeles disse...

Obrigadãoooooooooo!!!!
Salvação da minha lavoura!!!!


Valeuuuuuuuuuuu.

PattyTeles disse...

Obrigadãoooooooooo!!!!
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Valeuuuuuuuuuuu.